Arequipa: o que fazer na segunda maior cidade do Peru

Arequipa, a cidade branca do Peru, é aquele lugar que você pode ir preparado para se surpreender. Vale a pena ficar de dois a três dias por aqui e fazer tudo o que a cidade permite, como visitar o Vale del Colca e se perder pelas ruas históricas da cidade. Cercada por três vulcões e com edifícios únicos preservados, erguidos nos anos 1700 com uma pedra vulcânica branca chamada ‘sillar’, Arequipa é, sem dúvida, uma das cidades mais bonitas do continente sulamericano!

Neste post, você encontra tudo o que precisa saber para se apaixonar pela segunda maior cidade do Peru. Confira!



Arequipa, uma cidade entre vulcões

A catedral e praça de Arequipa estão entre as mais impressionantes da América do Sul. Não é para menos que o centro histórico é considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. O contraste da arquitetura colonial, que utilizou pedra vulcânica, com os três vulcões que cercam a cidade, Pichu-Pichu, Sasami e Misti, criam uma atmosfera única!

Mesmo sendo a segunda maior cidade do Peru, os moradores ainda recebem uma influência muito forte da vida do campo e mantém uma vida mais tranquila e vários costumes antigos. Ah, quem vai para lá, não pode deixar de comer o queso helado (um sorvete local feito de leite, canela e outras especiarias)!

Em Arequipa, ainda dei uma baita dentro: reservei um ótimo hostel, com um café da manhã perfeito, a uma quadra da Praça Central!

Vulcão Misti: deixe sua mochila sempre pronta

Uma curiosidade: por causa do Misti, único dos três vulcões que cercam a cidade que ainda está ativo, a NASA considera Arequipa uma cidade em perigo e monitora a montanha 24 horas por dia. Se o Misti tiver uma grande erupção, há chances de sua lava destruir a cidade em poucas horas.

Por mais que esteja dormindo há décadas, a região possui uma atividade vulcânica constante (isso significa que pequenos tremores são bem comuns por aqui). São dezenas de vulcões, localizados em três cinturões distintos. Quem vem ganhando os jornais nos últimos anos é o Sabancaya, um vulcão que fica há 70 quilômetros de Arequipa, no caminho para o Vale del Colca, e tem entrado em errupção constantemente desde 2016!

Quanto custa viajar pela cidade

A segunda maior cidade do Peru é mais cara no que diz respeito a alimentação – pelo menos em comparação às demais regiões do país. Dificilmente se consegue um bom prato de comida por menos de PER 10, mesmo em restaurantes locais.

Ao mesmo tempo, há uma boa oferta de hospedagem e os preços são baixos. Fiquei em um hostel com um café-da-manhã incrível por PER 21 (R$ 21) e era possível conseguir quartos de hotel, privados, por menos de US$ 10.

Tours contratados com agência também são bem em conta na cidade, de forma que é possível conseguir um preço melhor do que fazendo alguns passeios de forma autônoma.

Cartões são bem aceitos na maioria dos estabelecimentos de Arequipa.

Como chegar em Arequipa

De avião: Arequipa possui aeroporto localizado a 4km do centro da cidade. Um taxi vai custar entre PER 20 e PER 30.

De ônibus:ônibus para Arequipa saindo desde Lima, passando por Paracas, Ica e Nazca. Também há linhas vindo de Cusco e Puno. Quem vem de La Paz, Copacabana e cidades do norte do Chile, também pode tomar um bus direto a Arequipa.

A rodoviária de Arequipa fica um pouco afastada da cidade e um taxi vai lhe custar cerca de PER 10. Ao embarcar, tome cuidado, pois existem duas estações de transporte: uma para viagens dentro do departamento (o que chamamos de Estado) e outra para destinos internacionais. De qualquer forma, ficam uma do lado da outra.

Pichu Pichu, um dos três vulcões de Arequipa

Onde se hospedar

Fiquei no hostel Mango (clique aqui saiba mais) e foi uma das maiores dentro que dei. Custou PER 21 (R$ 21) a diária em quarto compartilhado e um café-da-manhã daqueles que se pode matar comendo. Mas o maior benefício desse hostel é estar localizado a apenas uma quadra da Plaza de Armas, no coração da cidade, onde tudo acontece.

Plaza de Armas de Arequipa

O hostel tem um bom wii-fii, bem limpo, sendo que cada quarto possui seu banheiro, e a cozinha é grande e espaçosa. O local ainda tem diversas zonas comuns, como um terraço para a praça e uma sala de televisão. Alguns quartos tem sacada para rua. A única coisa que poderia reclamar era do barulho que a porta fazia, toda vez que alguém ia sair ou entrar no quarto.

O que fazer

Conheça o Cânion del Colca

O Vale del Colca está a cerca de quatro horas de Arequipa e é da cidade onde saem diversos tours para o cânion e as cidades mais próximas, como Cabanaconde e Sangale. As agências de turismo oferecem opções de passeios mais curtos, de um dia, além de circuitos de trekking de, no mínimo, dois dias.

Caminhe pela cidade branca

Arequipa é uma dessas cidades onde você pode se perder pelas ruas sem medo de ser feliz. Seguindo a Praza de Armas em direção da Plaza São Francisco e passando-a, chega-se ao que seria o primeiro bairro de Arequipa, San Lazaro. Com ruas estreitas e casas muradas, mais parece um labirinto. Muitas pessoas dizem que o local foi inspirado em cidades espanholas como Toscana.

A versão oficial diz que Arequipa é considerada a cidade branca por causa das pedras utilizadas na construção dos edifícios, que possuem, naturalmente, esta cor. Chamadas de “piedra sillar”, foram retiradas de zonas atingidas por erupções do vulcão Chachani. Já as construções com pedras de cor vermelhas seriam de zonas atingidas pelas erupções do vulcão Misti.

Muitos historiadores afirmam que a cidade só segue de pé porque seus habitantes dominaram a técnica de construção com sillar. Antes disso, as edificações de Arequipa não resistiam aos constantes terremotos.

Ainda sobre a alcunha de cidade branca, há quem diga que, na sua fundação, era povoada apenas por espanhóis e seus descendentes. Assim, era uma cidade onde só viviam pessoas de ‘pele branca’.

Visite a Catedral Basílica de Arequipa

A catedral de Arequipa é uma das mais exuberantes da América do Sul, sem dúvida. Em horário de cerimônias religiosas (geralmente pela manhã), é possível entrar na basílica sem pagar nada.

Se não, o ticket custa PER 10, mais uma gorjeta de PER 5 ao guia, que vale muito em conta. A visita não se atém apenas ao templo religioso. Além da imensa igreja – uma das únicas da América do Sul a ter uma estátua do demônio em seu interior –, o passeio percorre outros ambientes eclesiásticos.

Entre eles, os quartos de arcebispos que foram transformados em museu e o terraço da basílica, onde lhe permitem caminhar por dentre as torres e sinos do templo religioso.

Monasterio de Santa Catalina e claustro de San Francisco


CC BY-SA 2.5 es, Link

O Monastério de Santa Catalina, cuja entrada custa PER 40 (o que o deixou fora do meu orçamento), também vale a visita, caso você se interesse por arquitetura, templos religiosos e história. Quem entra, diz que o lugar é espetacular, de tão grande, é como se fosse uma cidade dentro de outra cidade. O monastério segue sendo utilizado pelas freiras como residência.

De consolo, acabei pagando PER 5 e entrei no claustro de São Francisco, que fica do lado da igreja de mesmo nome e custa também PER 5 para entrar. O claustro ainda é utilizado pelos religiosos e nem sempre está aberto a visitação.

Patio interior do claustro

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Visite as praças da cidade

Um costume sul-americano que o Brasil deixa a desejar é a utilização de espaços públicos, como as praças. A Plaza de Armas de Arequipa, que fica em frente à Catedral Basílica, é considerada a mais bonita do Peru. Outra praça que vale a pena citar é a de San Francisco. Dizem que namorar sentado em um dos seus bancos transforma o amor do casal – se ele for verdadeiro – em amor eterno.

Praça de San Francisco

Conheça os miradores de Yanahuara e Sachaca

O mirador de Yanahuara está a apenas vinte minutos de caminhada da Plaza de Armas e é bem comum encontrar alguma feira culinária acontecendo no local. Aconselho a visitá-lo mais para o por-do-sol, quando o “astro rei” pinta os vulcões de vermelho e deixa a atmosfera da cidade ainda mais bonita.

Mirador de Yanahuara

O mirador de Sachaca, por sua vez, fica no distrito de mesmo nome. Para chegar lá, o ideal é pegar um taxi, ao custo de PER 15 desde a Plaza de Armas. É preciso pagar ainda PER 1 para subir no mirador. O distrito de Sachaca também tem seu charme. Ele fica dentro do cinturão verde de Arequipa, em uma zona rural.

Vista desde o mirador de Sachaca

Prove queso helado e suco de rã

Somente em Arequipa você poderá provar a cerveja local, a Arequipenha. Ela é mais leve que a Cusquenha, como pede o clima da cidade. Já o queso helado pode ser encontrado em cada esquina. É um sorvete feito de leite, cravo, canela, gelo e algumas outras especiarias que são mexidas numa panela, manualmente, até ficarem cremosos. Mas compre das senhoras que os vendem em bacias, não vá em uma confeitaria que não é a mesma coisa!

Quanto ao suco de rã, vou admitir que esse eu não tomei, mas foi só porque rã “estava em falta”. É um preparado com várias frutas, sementes e temperos, além da pele da rã fervida. Dizem ter vários benefícios pra saúde. O copo não é barato: custa PER 20. Se você for na temporada de chuva ou logo após ela, é grandes as chances de encontrar o suco de rã. É vendido no Mercado São Camilo, o mercado público da cidade, nas mesmas barraquinhas que vendem suco.

Caso provar, conta pra nós nos comentários como foi a experiência!

Suba os vulcões Misti e Pichu-Pichu

O ascenso aos cumes dos vulcões Misti e Pichu-Pichu estavam além do meu orçamento. O Pichu-Pichu sai por PER 220 e o Misti por PER 280. Acabei não fazendo os trekkings, mas fica a dica.


By .kyFlickr, CC BY-SA 2.0, Link

Melhor época para viajar para Arequipa

Em 9 dos 12 meses do ano, praticamente não chove em Arequipa. Nas duas semanas de novembro que passei na cidade, não caiu uma gota de chuva! A estação úmida é entre janeiro e março, época com mais precipitações, mas que costumam ser fracas e isoladas, insuficientes para estragar uma viagem. Quem visita Arequipa no verão ainda costuma ganha um prêmio extra: o cume dos vulcões fica cheio de neve, deixando a paisagem ainda mais bonita!

Onde comer

Não há muito o que fazer: Arequipa é uma cidade um pouco mais cara para comer. Restaurantes por menos de PER 10 são difíceis de achar e, quando se acha, a comida é um tanto duvidosa. Na Plaza de Armas, quase na esquina da rua Mercaderes, há um restaurante que oferece menus a PER 10.

Outro fica na rua Santo Domingo. Ainda há boas opções na rua Puente Bolognesi . No final dela, há pollerias que oferecem ¼ de frango com batatas fritas, sopa de entrada e buffet de salada por PER 11. No mercado público, o almoço custa em média PER 7.

Preços

Hostel com café da manhã: a partir de PER 21
Almoço: a partir de PER 7
Garrafa de água 2 litros e meio: PER 3,50
Cerveja Arequipenha no mercado (com casco): PER 3

Por que conhecer Arequipa, no Peru

Não tenho dúvidas que Arequipa é uma cidade única no mundo. O Cânion del Colca é uma atração imperdível mas, realmente – fora isso não há tanto para se fazer na cidade. Mas somente caminhar por suas ruas e falar com seus cordiais moradores, já vale muito a pena!

E se gostou das nossas dicas, não deixe de conhecer nosso Guia do Mochileiro Aventureiro – Cusco e Machu Picchu 2019.

14 thoughts on “Arequipa: o que fazer na segunda maior cidade do Peru

  • julho 31, 2021 em 10:51 am
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    Ótimas informações. Já fui em Arequipa e é isso mesmo. Tbm fiquei neste Hostel.

    Uma correção: Toscana é uma região na Itália e não é na Espanha. Talvez você quis dizer Toleto.

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  • janeiro 16, 2021 em 6:22 pm
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    Arequipa é mágica! Sempre tive vontade de visitar o Peru e conhecer Cusco, era meu sonho, mas quando apareceu a oportunidade de ir fazer um trabalho voluntário em Arequipa por dois meses, eu me apaixonei, me senti em casa! Depois fui conhecer Cusco e nem achei tudo isso hahaha é muito legal, claro, mas sou #TeamArequipa! Ainda pretendo voltar mais vezes para visitar essa cidade que se tornou lar e minha family host!

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  • novembro 8, 2020 em 10:20 am
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    Arequipa é tão maravilhosa, tão mágica, tão incrível que eu nunca mais esqueci esse lugar, estive lá em Janeiro do ano passado e eu sonho em envelhecer nessa cidade marcante.

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  • dezembro 13, 2019 em 12:07 am
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    Arequipa é linda, esse ano volto e conhecerei o Canyon do Colca e a rota de Sillar. Só discordei do que disse sobre o Queso hellado: o dos restaurantes é melhor que os das ruas, q são muito aguados. Falando em restaurante, tem um no centro da Cidade que é excelente, mas esqueci o nome, rsrs, e tb o Chicha do Gaston Acurio, muito bom.

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  • maio 16, 2019 em 6:08 pm
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    Belo trabalho, parabéns pela escrita e dedicação.
    Gostaria de saber os valores dos passeios ?

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    • maio 18, 2019 em 11:00 am
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      Oi Vicente! Qual passeio que lhe interessou? Nós não somos agência de viagem nem ganhamos nada para isso, mas podemos ajudar na orientação e informações sempre 😉

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      • agosto 19, 2019 em 8:06 pm
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        No texto fala que no verão é mais bonito por ter neve nos vulcões. É isso mesmo? Tem neve no verão e não tem no inverno? Achei meio estranho

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        • agosto 20, 2019 em 3:27 pm
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          Isso mesmo. Nas outras épocas é tão seco, mas tão seco que não neva no cume. Não te esquece que o vulcão tem quase 6 mil metros, lá em cima é inverno o ano todo.

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        • julho 31, 2021 em 10:54 am
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          O inverno Andino equivale ao verão no Hemisfério Sul (de dezembro a março).

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  • fevereiro 18, 2019 em 10:59 am
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    Arequipa…minha amiga @lais simoes vai desfilar ae

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