O que fazer em Rio Grande, a mais antiga cidade do RS

A cidade de Rio Grande, à beira do canal que liga a Lagoa dos Patos com o Oceano Atlântico, foi a primeira cidade fundada pelos portugueses no Rio Grande do Sul. Mesmo que a maioria das construções dessa época não tenham resistido às guerras e revoluções das quais a cidade foi cenário, parte dessa história ainda pode ser encontrada em suas ruas.

Rio Grande fica há quatro horas da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, e há uma hora de Pelotas. Neste artigo, vamos falar o que fazer nesta cidade gaúcha que é refúgio de leões e lobos marinhos, com destaque para o passeio até a Ilha da Pólvora. Confira!

O que você vai ver em Rio Grande

Por mais que não seja uma cidade voltada ao turismo, muito em razão da importância de seu porto, o 4º com maior movimentação de cargas no país, o município de Rio Grande apresenta um grande valor histórico, cultural e é uma importante reserva natural para animais e plantas nativas.

Quando foi fundada, em 1737, os portugueses pretendiam proteger a entrada do canal da Lagoa dos Patos, que se liga com o Lago Guaíba e diversos outros rios importantes do Rio Grande do Sul (onde hoje estão os molhes). Da cidade fundada naqueles anos pelos portugueses, pouco sobrou, como a catedral de São Pedro, em estilo barroco, construída em 1755.

Pelo museu Oceanográfico, é possível ir até a Ilha da Pólvora, localizada na Lagoa dos Patos. De setembro a novembro, é possível avistar leões e lobos marinhos próximos a orla e, no ano todo, nos molhes de São José do Norte, uma cidade que fica do outro lado do canal do Lagoa, com um catamarã que faz a travessia.

Uma boa dica é aproveitar a visita para conhecer a cidade colonial de Pelotas, há uma hora dali, São José do Norte, do outro lado do Guaíba, há 20 minutos de catamarã, ou a ainda a Praia do Cassino, considerada pelo Guiness Book a maior praia do mundo.

O que fazer em Rio Grande

Recomendamos, pelo menos, dois dias para conhecer as principais atrações da cidade.

1. A Ilha da Pólvora

Com acesso pelo Museu Oceanográfico do Rio Grande do Sul, o Ecomuseu da Ilha da Pólvora fica em uma ilha em meio a Lagoa dos Patos, onde está a antiga Casa da Pólvora, construída em 1856, em estilo neocolonial, para abrigar o arsenal do exército da região. A casa foi restaurada e transformada em Museu.

A Ilha ainda tem dois miradores, que permitem uma vista privilegiada para a Lagoa e a cidade de Rio Grande.

A travessia de barco, que sai do cais do Museu Oceanográfico, custa R$ 5, ida e volta, e acontece de sexta a domingos, das 12h às 18h.

2. O Museu Oceanográfico

O Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios é mantido pela Universidade Federal de Rio Grande e possui mais de 150 mil espécimes em seu acervo. Uma pequena parte está exposta, junto com maquetes, painéis e aquários que tentam explicar a dinâmica dos oceanos.

Também é no Museu que diversos animais encontrados doentes ou machucados são levados para se recuperarem. Alguns ficam em tanques, próximos do local para onde se vai para a Ilha da Pólvora.

Junto a ele, também funciona o Museu Antártico, que reproduz as instalações das expedições brasileiras à Antártica. Os museus abrem todos os dias, das 9h às 17h30, com intervalo entre às 11h30 às 14h. A entrada é franca.

3. A Orla do Rincão da Cebola

A parte da orla entre o Mercado Público e o Museu Oceanográfico é chamado de Cais do Rincão da Cebola. É um local à beira da Lagoa, que os locais vão para praticar esportes ao ar livre, conversar e tomar chimarrão.

4. Praça Tamandaré

É a maior praça de uma cidade do Interior do Rio Grande do Sul. Nela, estão várias esculturas e obras de arte, com destaque para o túmulo de Bento Gonçalves, bem ao centro. O monumento-túmulo, que guarda seus restos mortais, foi esculpido pelo português Teixeira Lopes e inaugurado em 1909.

Monumento a Bento Gonçalves

Bento Gonçalves foi líder da Revolução Farroupilha. Nela, desanexou por quase dez anos o Rio Grande do Sul e Santa Catarina do Brasil Império, proclamando uma República da qual foi presidente. Inclusive. o dia 20 de setembro, data da assinatura do acordo que deu fim a Revolução, é feriado estadual no Rio Grande do Sul.

5. A igreja de São Pedro

Foto: Ubirajara BUddin Cruz via Wikimedia Commons

A Igreja de São Pedro, hoje Catedral de São Pedro, é considerada o templo mais antigo em atividade erguido no Rio Grande do Sul. Sua fundação data de 1755. Em estilo barroco, foi um marco na povoação do Estado em uma época em que a população estimada era de menos de 10 mil pessoas, sendo a sua maioria indígenas. A igreja está aberta todos os dias, das 9h às 19h, e segundas, das 11h30 às 19h.

6. Museu da Cidade de Rio Grande

Próximo ao Mercado Público, no grandioso Prédio da Alfândega, fica o Museu da Cidade de Rio Grande. Há desde peças utilizadas por diferentes tradições indígenas que habitaram a região desde antes da chegada dos Europeus, até objetos utilizados pelos primeiros habitantes da cidade.

O Museu contém dispõem de um grande acervo exposto, com reprodução de peças mobiliadas, desde o período colonial. A visitação vale super a pena e o espaço está aberto de Segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h e sábados das 10h às 16h. O ingresso custa R$ 2.

7. Mercado Público

Não é um espaço turístico, mas um mercado popular onde consegue-se almoçar ou comprar peixes e frutos do mar, como camarão, a preços super econômicos (na época certa do ano). O prédio, de estilo neoclássico, foi construído em 1856 e e um dos primeiros Mercados Públicos do Rio Grande do Sul.

8. Molhes e Praia de Cassino

Os Molhes da Barra de Rio Grande ficam há cerca de 20 quilômetros do Centro da cidade, no início do Balneário de Cassino, considerada a maior praia do mundo pelo Guinnes Book. Os Molhes de Pelotas e de São José do Norte, do outro lado da margem do canal que une a Lagoa dos Patos com o Oceano Atlântico, garante a navegabilidade das embarcações em uma zona em que as águas ficavam extremamente agitadas, principalmente no inverno.

Foto: Maurício Carlos Dias via Wikimedia Commons

Cada um dos molhes tem cerca de quatro quilômetros de distância e é considerada a terceira maior obra naval do mundo iniciada no século XIX, atrás apenas do canal de Suez e do Panamá.

Principalmente nos molhes de São José do Norte, é possível ver centenas de leões e lobos marinhos entre setembro e novembro. Em dezembro, a maioria deles vai para o Uruguai, permanecendo apenas os mais velhos, que não tem energia para nadar grandes distâncias.

Nos molhes de Rio Grande, é possível percorrer toda a estrutura pela vagonetas, o nome popular para aqueles carrinhos de minas que circulam por trilhos. Custa R$ 10 por pessoa ou R$ 50 para um grupo com menos de cinco pessoas.

9. Travessia a São José do Norte

Foto: Ronaldo Morgado Segundo via Wikimedia Commons

A melhor maneira de se chegar a São José do Norte é por via naval. Atualmente, duas empresas administram as travessias, que leva desde pessoas em catamarãs até carros e cargas em balsas. Veja os horários das travessias entre Rio Grande e São José do Norte.

Onde se hospedar

Nós indicamos a Pousada Rheingantz (clique aqui para ver tarifas e/ou reservas), que fica em frente de um outro prédio histórico importante da cidade, hoje abandonado: a Fábrica Rheingantz, construída em 1874. A pousada fica na antiga Vila Operária, onde foram construídas diversas casas em estilo português para os operários alemães que foram contratados para trabalhar na fábrica.

A Pousada é bem localizada, a cerca de um quilômetro do Centro e do Mercado Público e com um ótimo custo benefício. Bom café da manhã.

Como chegar em Rio Grande

Rio Grande possui um aeroporto, porém este não é mais utilizado para vôos domésticos. Assim, o aeroporto mais próximo é o de Pelotas, que opera alguns voos regulares regionais e nacionais. Pelotas fica há uma hora de Rio Grande, de ônibus.

Desde Porto Alegre, saem dezenas de ônibus todos os dias, com horários inclusive de madrugada. O tempo média da viagem é de 5 horas e custam em média R$ 111,40, dependendo da modalidade do ônibus. Desde a capital gaúcha, os horários e valores dos veículos podem ser consultados no site da rodoviária de Porto Alegre. Você também pode consultar horários e preços na página da Rodoviária de Rio Grande.

O tempo em Rio Grande

Rio Grande é uma cidade com temperatura agradável pela maior parte do ano, com exceção das noites de inverno, quando os termômetros podem ficar abaixo dos 10º. É uma cidade onde chove bastante: pelo menos 1/3 dos dias do ano. A maior concentração de chuvas é no inverno.

Quantos dias ficar em Rio Grande

Para conhecer bem todos os pontos turísticos que levantamos neste artigo, recomendamos de dois a três dias na cidade, sendo um para conhecer os pontos localizados próximos à orla e ao Mercado Público e outro para conhecer os molhes da Barra de Rio Grande e a Praia de Cassino.

Mais afastados da cidade, ainda existem outros lugares interessantes de se conhecer, como a Praia da Capila, na Reserva do Taim.

Henrique Lammel

Jornalista e produtor de conteúdo

7 thoughts on “O que fazer em Rio Grande, a mais antiga cidade do RS

  • janeiro 28, 2022 em 12:07 am
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    Sou do Ceará, passei em um concurso nessa cidade, será que vale a pena morar aí, sou casada e tenho 2 filhos. Aqui é quente o ano inteiro, mas está muito violento, tenho vontade de mudar, mas tenho medo também.

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    • fevereiro 9, 2022 em 9:53 am
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      Oi Elizabeth. Em questão de clima, aqui temos as estações bem demarcadas, então no verão é muito, muito quente, e no inverno muito frio. Em questão de adaptação, o pior vai ser esses meses de frio mesmo, por mais que o calor aqui seja mais “úmido” que no nordeste, não tem aquele ventinho gostoso a maior parte do tempo (e as praias de mar que tem ali perto são beeeem feias, as bonitas são as do Lago Guaiba).

      Rio Grande também não é uma cidade muito violenta não. Tem criminalidade como toda ‘grande cidade’, mas os próprios moradores se sentem bem seguros por lá.

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  • março 15, 2021 em 4:12 pm
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    Rio Grande, tem os CTGs, a festa do mar, as igrejas maravilhosas, a barraca de ervas de chá do João na praça Tamandaré, o passeio pela orla Portuária e a boa pescaria, as Vagonetas, o Sport Club Rio Grande Rio Grande RS Mais antigo clube brasileiro ainda em atividade a ser fundado 19/07/1900, tem o Clube de caça, pesca e tiro que é um lugar prazível. Poderiam investir mais na cidade. Nosso povo precisa valorizar mais nossa terra.

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  • setembro 14, 2020 em 6:40 pm
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    Recomendo uma visita nas ilhas dos Marinheiro e Torotama. Lugares lindos! São estradas de chão batido mas vale muito o passeio principalmente o por do sol.

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  • julho 29, 2020 em 10:11 pm
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    Fiquei encantado com as ilustrações apresentadas. Sempre tive vontade de morar trabalhar em uma cidade Tranquila e Promissora. Sou motorista Carreteiro aposentado. Pretendo comprar um
    Conjunto de Cavalo Mecânico e Carreta Ls com Porta Contêiner 12 Loks e 40 pés. Afins de conseguir
    fretes para localidades próximas de Rio Grande-RS. Sou fascinado por locais com clima ameno e que
    seja beira mar.

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    • julho 30, 2020 em 10:42 am
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      E ai Mario! Rio Grande, com seu porto e os investimentos que recebeu nos últimos anos, tem tudo para ser uma cidade promissora novamente! E somos dois quando dizes que gostaria de morar e trabalhar em uma cidade mais tranquila!

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