La Paz: o que fazer em 1 ou dois dias na capital da Bolívia

La Paz, a capital Administrativa da Bolívia (a Constitucional é a bela e histórica Sucre), é um daqueles lugares que as pessoas odeiam ou amam. A cidade se espalha por vales e montanhas em um grande caos, que contribui para o traçado irregular das ruas até os moradores nativos, que transformam o lugar em um grande mercado público a céu aberto!

A uma altitude de 3640 metros do nível do mar, La Paz é a capital mais alta do mundo e uma das cidades bolivianas que mais se desenvolveu nos últimos anos. A principal marca é o moderno sistema de teleféricos espalhado pela cidade, no momento divididos em três linhas.

Nesse post, você encontra todas as informações para entender como funciona a capital da Bolívia e aproveitá-la sem gastar muito!



Quanto custa

La Paz é uma cidade cara – para padrões bolivianos, ao menos. Para os brasileiros, segue sendo um destino barato para se viajar.

Hospedagens e, principalmente, restaurantes, saem mais caros aqui do que outros lugares do país (fora o Mercado Público, onde podem se encontrar refeições por todos os preços, mas com aquela higiene sempre questionável).

Ao mesmo tempo, viagens de ônibus para e com origem da capital boliviana não custam quase nada, devido a grande quantidade de empresas (oficiais e clandestinas) que fazem os trajetos.

Como chegar em La Paz

De avião: Bem verdade La Paz não possui aeroporto, sendo necessário utilizar o de El Alto, cidade que faz divisa com a capital administrativa da Bolívia. Mesmo assim, esse não é o principal meio dos brasileiros chegarem na cidade, pois os voos costumam ser caríssimos.

De ônibus: as principais cidades da Bolívia possuem coletivos vindo para cá todos os dias, nas mais variadas horas. Há uma boa oferta de trajetos oriundos, também, de cidades peruanas, como Arequipa, Puno e Cusco, e da chilena Iquique. Das cidades bolivianas mais próximas, como Copacabana, é possível tomar vans, que custam menos que os ônibus.

Se orientando em La Paz

Para entender como funciona e não se perder em uma das cidades mais caóticas da América do Sul, é preciso ter em conta a localização da Plaza Murillo, sobre a qual ainda vamos falar, e “El Prado”, a avenida principal da cidade, que leva vários nomes por seu percurso e se distingue por um sempre verde jardim central.

A Plaza Murillo é a principal praça da cidade e muitos restaurantes, museus, hospedagens e ruas históricas estão nas suas cercanias. Também se localiza próxima ao mercado La Cancha, a Linha Vermelha e o Mercado de Bruxas.

Já o Prado – ou avenida 16 de julho, Avenida Arce, ainda Avenida 6 de agosto – corta o vale formado pelo cânion do rio Choqueyapu, por onde a cidade foi se desenvolvendo e crescendo. Desta avenida, saem coletivos para praticamente todos os bairros de La Paz e de El Alto – além da rodoviária principal da cidade. Dificilmente você estará em um lugar onde não passe um coletivo que venha até El Prado.

Onde se hospedar

Para quem busca economia aliada a boa localização, o melhor é achar uma hospedagem próxima a Plaza Murillo, no centro da cidade. Quando fui para La Paz, fiquei nessa zona, no hostel Austria (clique aqui e confira preços atuais no Booking.com). Ele está próximo ao Prado e da rodoviária. Também encontra-se próximo do mercado público Lanza, do Mercado de las Brujas e da Linea Roja (linha vermelha).

A cozinha era um pouco pequena pra quantidade de hospedes e o wii-fii não era nada bom – o que é bem comum na Bolívia. Mas o hostel era muito limpo e o dono muito atencioso, dando todas as dicas que precisei. Só não esqueça de ter um rolo da papel higiênico com você. 

Outra região muito buscada por turistas são as proximidades da Plaza España, nas cercanias da linha verde. Porém, prepare-se para pagar um pouco mais aqui.

Uma dica importante sobre La Paz: tenha seu papel higiênico. Não é um costume, principalmente no norte da Bolívia, de fornecê-lo para turistas!

O que fazer sem agência em La Paz

Vale de la Luna

Muita gente acaba contratando esse passeio junto com um tour para a montanha Chacaltaya e acaba não aproveitando-o muito, pois acaba voltando da montanha totalmente esgotado. A verdade é que o Vale de la Luna fica bem próximo ao centro de La Paz e é possível ir e voltar de van por BOL 5.

A melhor forma de chegar no Vale de la Luna é tomar uma van para Malaza (estão identificadas com esse nome), que transitam pelas avenidas principais da cidade, como El Prado. São cerca de uma a uma hora de viagem e a van lhe deixará na frente do parque. A entrada custa BOL 15.

De taxi, lhe custará algo como 40 BOL (R$ 20) desde o centro da cidade.

As linhas de teleféricos

Atualmente, são seis linhas de teleféricos cortando a cidade, que devem ser ampliadas nos próximos anos. O sistema é similar a um metro e muito útil em uma cidade que foi se desenvolvendo tanto pelos vales quanto pelas montanhas que os rodeiam.

A linha vermelha é a primeira que foi construída na cidade e une o centro até a cidade de El Alto, permitindo ótimas vistas panorâmicas dessa cidade que não termina. Outras linhas interessantes de andar são as amarela e verde, que se unem em um trajeto de mais de 5km, distância que se percorre em pouco mais de 20 minutos.

Para chegar a linha Amarela, basta tomar uma van a Plaza España, por BOL 2,50. Uma dica: os ônibus para o Vale de la Luna passam a uma quadra do final da linha verde.

Plaza Murilo

É a praça principal de La Paz. É aqui que está a Catedral Metropolitana e funciona a atual sede do governo boliviano. É chamado de “Palazio Quemado”, pois literalmente foi queimado em 1875, durante uma revolta.

Em suas cercanias, está o pouco que restou da parte histórica da cidade, além de restaurantes e diversas hospedagens. Vale dar uma caminhada pela Calle Jaen, por entre alguns dos únicos prédios bem preservados de La Paz, em sua maioria transformados em museus.

Mercado de las Brujas e mercado Lanza

O mercado Lanza é um tradicional mercado público boliviano, onde é possível encontrar refeições, sucos, verduras, frutas, cosméticos e eletrodomésticos a preços bem acessíveis. Quem achar meio duvidosa a higiene dos restaurantes do mercado, pode encontrar algumas boas opções pelo passeio da Plaza San Francisco, na parte de fora do mercado.

O Mercado de las Brujas, por sua vez, já entrou no circuito turístico de La Paz. Ganhou esse nome por causa da ervas, sementes e principalmente dos fetos de lhamas expostos pelas cholas – como se chamam as mulheres bolivianas nativas que mantém tradições campesinas. Mas não há muito mais do que você verá em algumas sessões de mercados públicos de outras cidades andinas, como Cusco, Arequipa e Sucre.

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Os passeios pagos com agência

Esses são os principais tours que os turistas que vão até La Paz buscam e todos duram um dia inteiro. Acabei não fazendo nenhum, mas deixo para registro. Os passeios mais básico não custam caro, cerca de US$ 30.

Como extra, fica o passeio menos falado entre eles e o que sempre me atraiu mais pelas fotos: o Turi Condoriri.

Turi Condoriri

La Paz é uma cidade cercada por montanhas e mais montanhas que formam um dos maiores cordões nevados do mundo. Minha ideia, quando fui para cidade, era fazer ou o paso de El Choro – uma caminhada por perto da famosa Death Road, ou um trekking de 3 dias até o nevado Turi Condoriri pelo Paso Austria. Uma das noites, o acampamento é na lagoa da foto acima.

O passeio, com grupo, me sairia por US$ 150 com refeição, transporte, guia e arrieiro. O problema é que precisava esperar um grupo se formar e, nos dias que estava em La Paz, isso não aconteceu. Então fica a dica.

Chacaltaya


By Bernard GagnonOwn work, CC BY-SA 3.0, Link

O Chacaltaya é uma das montanhas com mais de 6 mil metros de altura que cerca La Paz e o acesso ao cume é considerado fácil, por não ter nenhum requisito mais técnico.

Isso não significa que chegar ao topo é realmente fácil para quem não está acostumado com a altitude: muita gente acaba desistindo por causa da combinação entre o mal de altitude e o clima severo que pode fazer num lugar tão alto, com fortes ventos e muita neve.

Tiwanaku

O Tiwanaku, por sua vez, é uma antiga cidade pré-inca construída próxima às margens do lago Titicaca. Acredita-se que essa civilização prosperou por pelo 500 anos e começou a se desenvovler a partir do comércio entre moradores de aldeias da região.


By Alexson Scheppa Peisino(AlexSP) – Own work, Public Domain, Link

Death Road (estrada da morte)

O downhill de bicicleta pela Death Road, por sua vez, é um dos passeios mais procurados por La Paz e um dos mais caros – a partir de BOL 250. Uma boa forma de economizar aqui é ir até Coroico e contratar o tour diretamente na cidade. Se você se interessou há um relato bem bacana sobre a Death Road no blog Pode ir de Chinelo e outros passeios em La Paz.

Onde comer barato em La Paz

O lugar mais barato para comer é dentro do Mercado Lanza. Uma hamburguesa (na verdade, um pão com uma carne no meio) lhe sai por BOL 2. O prato de comida, por no máximo BOL 10. Como já falamos antes, se você achar a higiene questionável, há boas opções nas voltas, como no passeio da Plaza San Francisco.

Outras boas opções são os chifas e os frangos com batata-fritas que podem ser encontrados nas calles Potosi e Yanacocha. Os restaurantes mais turísticos dessa região estão do outro lado da Avenida Americas, em direção ao Mercado de las Brujas.

O clima em La Paz

Principalmente por causa da altitude, La Paz é uma cidade muito mais fria do que quente. Na maior parte do ano, a temperatura gira em torno dos 10º e 20º, com uma maior variação nos meses de inverno, quando os termômetros podem cair abaixo dos 0º. Quanto às chuvas, deve-se evitar o inverno boliviano, entre os meses de dezembro e fevereiro.

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Henrique Lammel

Jornalista e produtor de conteúdo

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