Cochabamba: o que fazer em uma das cidades mais agradáveis da Bolívia

Geralmente, quem visita Cochabamba busca duas coisas: conhecer o parque Toro-Toro ou fazer um “pit-stop” em uma viagem entre La Paz e Santa Cruz de La Sierra, trajeto que dura cerca de 18 horas e tem a cidade localizada no meio do caminho.

Confira nossas dicas sobre Cochabamba e saiba porque essa cidade da Bolívia nos conquistou!

A cidade boliviana da eterna primavera

Por causa de seu clima agradável, Cochabamba é chamada de cidade da eterna primavera. Aqui, não costuma chover muito e a temperatura fica nos 20º na maior parte do ano (a precipitação é maior nos meses de dezembro a fevereiro, durante o chamado inverno boliviano ou altiplânico).

A cidade, que possui uma população de 600 mil habitantes, é uma das mais bonitas do país, com seus inúmeros parques e canteiros sempre verdes e floridos. Sem contar a proximidade com o parque Toro-Toro

Aos 2 mil metros do nível do mar, ainda é um ponto estratégico para quem está indo a La Paz (3600 metros do nível do mar) e quer reduzir os sintomas do soroche, o mal de altitude. Uma das recomendações é deixar o corpo ir se acostumando a altitudes cada vez maiores, aclimatando-se ao ar com menos oxigênio.

Diferente da caótica La Paz ou da histórica Sucre, Cochabamba é uma cidade moderna e bastante organizada. Há diversas baladas e bares legais, principalmente fora da temporada de férias, pois há diversas universidades que atraem estudantes brasileiros e até de outros países sul-americanos.

Uma curiosidade: a cidade possui uma estátua de cristo maior que a do Rio de Janeiro, no cume de um morro.



Quanto custa

Cochabamba é um centro econômico da Bolívia e acaba sendo um pouco mais barata que La Paz e mais cara que cidades como Copacabana e Sucre. Transporte e refeições são muito baratos, sendo possível almoçar com BOL 15 (R$ 7,50). O que acaba pagando-se um pouco mais, por aqui, é na hospedagem.

Como não é muito turística, não há uma grande opção de hostals e hosteis. Quando estive na cidade, havia apenas dois hostéis! Acabei ficando no Jagar, a BOL 55 (R$ 26,50) com café-da-manhã. Como falaremos a seguir.

Como chegar em Cochabamba

De ônibus – As principais cidades da Bolívia possuem linhas diretas para Cochabamba. O preço varia muito. De La Paz, paguei 30 BOL (o equivalente a R$ 15) em um ônibus cama, de dia, em uma viagem que durou 8 horas. Pela noite, esse preço pode triplicar. Quando deixei a cidade, fui para Sucre e paguei 65 BOL (R$ 32,50). Desde Santa Cruz de La Sierra, são pelo menos 12 horas, por terra.

Quando você chegar, saiba que a rodoviária fica próxima ao centro, em uma parte bem caótica da cidade. Se for de dia, pode caminhar. À noite, o aconselhável é pegar um taxi até sua hospedagem.

De avião – Um dos principais e mais modernos aeroportos da Bolívia fica em Cochabamba. Há alguns vôos diretos vindo do Peru, Argentina e até mesmo do Brasil que pousam na cidade. Também vale lembrar que ele não está localizado muito longe do centro – são apenas 3 quilômetros.

Onde se hospedar

Não existem muitas opções de hostéis na cidade e pode ser uma boa ideia reservar uma hospedagem com alguma antecedência se você vai passar por Cochabamba.

Em geral, poderiamos dividir a cidade em três: a parte do Prado, que é um passeio na avenida central. Nas ruas próximas estão localizados alguns bares e casas noturnas. Depois, tem o centro, que é a região mais barata, porém um pouco perigosa de se andar à noite – nada que se compare ao Brasil, diga-se de passagem.

E por fim, o bairro da Recoleta, mais nobre e caro dos três. Bem verdade, eles estão bem próximos um do outro, sendo que uma corrida de taxi não vai lhe sair mais do que BOL 15 (R$ 7,50).

Eu me hospedei no Jaguar Hostel , que funciona pertinho do Prado. O hostel tem diversos quartos, alguns até com banheiro privado. A zona onde está localizada é muito segura e tem uma vida noturna bem agitada para padrões bolivianos, sem contar dos ônibus e taxis coletivos que vão para todos os lados.

A rodoviária fica a 20 minutos de caminhada e o centro a menos de 15. A cama em quarto coletivo me custou BOL 55 (R$ 26,50) com café-da-manhã bem simples (pães e uma fruta). O local tem uma energia bem “buena onda” e a cozinha é bem equipada, além de um pátio grande ao ar-livre. Banheiros e quartos estavam sempre limpos.

O wii-fii não era muito bom (como na maior parte da Bolívia). Para quem viaja em casal ou em mais amigos e busca alguma privacidade, o hostel oferece quartos privados. Você pode conferir os preços dos quartos e até reservar neste link.

O que fazer em Cochabamba

1. Ir a Toro-Toro

Cochabamba é o melhor caminho para quem quer conhecer o parque de Toro-Toro, localizado em uma cidade de mesmo nome. Ele geralmente está nessas listas de parques pelos quais todos os viajantes que percorrem a América do Sul devem conhecer.

Além dos cânions e as formas geológicas incomuns, Toro-Toro é um dos mais importantes sítios arqueológicos do continente: foram encontradas milhares de pegadas e fosseis de dinossauros no território do parque. Mesmo sendo um destino turístico, Toro-toro é um lugares mais econômicos da Bolívia, sendo possível conseguir um quarto por 35 BOL (R$ 17,50).

2. Subir até o Cristo de la Concórdia

Fica no início de uma das principais avenidas da cidade, a Avenida Las Heroinas. A estátua é dois metros maior que a do Rio de Janeiro, medindo 40,44 metros de altura. Pode-se subir e descer por uma escadaria (não se paga nada, porém não é recomendado utilizá-la no fim da tarde pelo risco de assaltos) ou por um teleférico (BOL 15 por trecho ou 25 BOL para subir e descer).

Se sua escolha for subir pela escada, prepare-se para uma boa subida, possivelmente totalmente exposta ao sol, e não esqueça de levar bastante água para se hidratar. Se a ideia é subir de teleférico, deve tomá-lo dentro de um parque, na Avenida Las Heroínas com a rua Carlos Muller.

Mais que o cristo, o topo do morro permite uma bela vista panorâmica de toda a cidade.

3. Visitar o Jardim Botânico

Fica a 500 metros do Cristo de la Concórdia e, pela sua proximidade com a outra atração, vale passar um tempo pelo parque. Conserva inúmeras espécimes de plantas e está sempre bem cuidado. Inclusive, tem um jardim exclusivo para cactus e um galpão que simula o habitat de uma floresta tropical. A entrada é grátis.

4. Caminhar pelo centro e conhecer o mercado La Cancha

Cochabamba possui um pequeno centro histórico, que está no entorno da Plaza Colón, com algumas igrejas, museus e prédios que foram preservados arquitetonicamente. Umas cinco quadras em direção ao terminal de ônibus chega-se ao mercado La Cancha (no google está nomeado como mercado La Pampa).

O La Cancha é o maior dos mercados públicos da Bolívia – fora as ruas de La Paz. São quadras e quadras de tendas onde você encontra de tudo e parece que não vai acabar mais!

No La Cancha tem desde frutas e verduras, passando por cosméticos, até equipamentos eletrônicas . Tenha um pouco de cuidado com seus pertences pessoais, pois há muita gente circulando por todos os lados e furtos não são incomuns no local.

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5. Conhecer Villa Tunari


By Gaby condori contrerasOwn work, CC BY-SA 3.0, Link

Esse foi um passeio que não fiz, mas que é recomendado para quem tem mais dias livres. É possível ir e voltar da Villa Tunari no mesmo dia, mas o recomendado é passar, pelo menos, uma noite na cidade. Você pode ir até Tunari tomando uma van ou com uma combinação de trufis, os taxis coletivos.

Quanto tempo ficar

Um dia é o suficiente para conhecer os principais pontos da cidade. Mas, se você quiser conhecer o (imperdível) parque Toro-Toro ou cidades próximas, como Villa Tunari, recomendamos, no mínimo, três dias.

Onde comer

Os lugares mais baratos para comer são o Mercado La Cancha e as quadras do entorno, onde encontra-se pratos a partir de 10 BOL (R$ 5). Na Bolívia, aconselho a buscar um restaurante não “dentro” do mercado, mas próximo, por motivos de higiene.

O valor da refeição continuará econômico e, com a certeza, a higiene será muito melhor. Na avenida Las Heroínas, próximo à praça Colón, há alguns restaurantes funcionando dentro de casas com pratos a 20 BOL (R$ 10), geralmente com sopa de entrada, suco e sobremesa inclusos no valor. Fique atento nas placas nas ruas.

Mapa da cidade

Quando ir a Cochabamba

Deve-se evitar os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, quando chove muito na região por causa de um fenômeno chamado de inverno boliviano. Nos meses de junho e julho, as temperaturas podem baixar até os 5º. No verão, se mantém entre os 20º e os 30º.

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