Passaporte, taxas, vacina – O que saber antes de viajar para Bolívia

Se você busca um destino barato para viajar e está cogitando ir para a Bolívia, acertou em cheio. O país está entre os de menor custo de vida do mundo e é um verdadeiro paraíso para mochileiros!

Mas não espere muito conforto: por mais que tenha melhorado muito nos últimos anos, a Bolívia ainda carece de infraestrutura. Em compensação, sobram paisagens de tirar o fôlego, moldadas, principalmente, pela Cordilheira dos Andes.

Nesse post, contamos tudo que você precisa saber para evitar surpresas desagradáveis no país andino!

1 – Brasileiros não precisam de passaporte

Como nos demais países do Mercosul, brasileiros podem ingressar na Bolívia apenas com o RG, sem necessidade de passaporte. Para isso, o documento precisa estar em bom estado e você ser reconhecido na foto. Não há qualquer regra dizendo que o RG precisa ter menos de dez anos, mas os bolivianos podem encrencar com isso. O documento de identidade do país tem essa validade – dez anos – e em alguns postos de fronteira podem encrencar com isso.

Vale lembrar que qualquer outro documento, como carteira de habilitação, não são aceitos. Brasileiros não pagam nenhuma taxa e podem ficar por até três meses na Bolívia como turistas.

É comum que brasileiros ganhem permissão inicial para ficarem um mês no país. Caso quiserem prolongar a estadia, devem se dirigir a algum posto de imigração. Todas as grandes cidades bolivianas possuem um.

Se você tiver qualquer dúvida mais específica quanto documentação, consulte o Portal Consular do Ministério das Relações Exteriores, que é o canal oficial do governo.

2 – Vacina para febre amarela é obrigatória

 Dificilmente os bolivianos pedem a Carteira Internacional de Vacinação que comprove que o turista está protegido contra a febre amarela.

Mesmo assim, é bom tê-la, pois sua entrada no país pode ser barrada sem ela.

A vacina deve ser feita, pelo menos, uma semana antes da data de entrada no país.

Já a Carteira Internacional pode ser expedida em algum posto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) localizada nos aeroportos. O trâmite é feito em menos de 15 minutos. Se você tiver alguma dúvida, pode consultar nossa matéria sobre como fazer o Certificado Internacional de Vacinação.

Atualização importante: Desde final de agosto de 2018, também está sendo solicitado vacina de Sarampo tanto para entrar na Bolívia quanto para voltar ao Brasil por Rondônia. A medida foi tomado por causa de um surto da doença que acomete a região e pode ser estendida para outros estados do norte. Em Guajará-Mirim, por exemplo, o exército instalou um posto de vigilância sanitária e está aplicando as vacinas.

Para deixar bem claro: a vacinação para Sarampo está sendo solicitada apenas nas fronteiras entre Brasil e Bolívia no Estado de Rondônia. 

3 – É um dos países mais baratos do mundo

No meu último mochilão, gastei, em média, R$ 52 viajando pela Bolívia. Isso se deve ao custo de vida, muito menor que o do Brasil.

Itens básicos, como alimentação e transporte, custam uma bagatela. Um exemplo que não canso de usar: consegui uma passagem de ônibus entre La Paz e Cochabamba por R$ 15. É uma viagem de nove horas, tem ideia de quanto um trecho desses custaria no Brasil?

Claro que fiz uma viagem econômica: dormi em hosteis, em quartos compartilhados e almoçava em restaurantes locais. Mas fica a dica: se você tiver um orçamento um pouco maior, pode ter uma vida de rei na Bolívia!

4 – Muitos hotéis não oferecem papel-higiênico

Esse conselho é essencial para quem vai viajar por La Paz, Copacabana ou qualquer outra cidade do norte da Bolívia. A maioria dos alojamento, hotéis e hostals dessa região não oferece papel higiênico. Então, não esqueça de ter um ou dois rolos sempre com você para não ser surpreendido exatamente quando mais precisar!

5 – Seguro-viagem não é obrigatório, mas é altamente aconselhável

O único país da América do Sul em que o turista é obrigado a ter seguro viagem é o Equador. Entretanto, países como a Bolívia e o Peru não possuem Sistema Público de Saúde extensivo a estrangeiros. Com isso, clínicas com boa infraestrutura, médicos qualificados e exames custam bem caro.

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O seguro-viagem ainda dá direito ao pagamento de indenização no caso de extravio ou roubo de bagagens e documentos. Se você quiser saber mais, leia nosso artigo sobre seguro-viagem.

6 – A Bolívia ainda carece de infraestrutura

A pequena cidade de Toro-toro

Os investimentos em infraestrutura se multiplicaram, nos últimos anos, no país. Se você viajasse pela Bolívia há dez anos, quase não encontraria estradas asfaltadas, uma realidade que mudou muito.

Mesmo assim, é normal chegar em pequenas cidades – mesmo as turísticas – e não ter internet no local (caso de Sorata e Toro-toro). Ou entrar em um restaurante de Copacabana e não ter cerveja, refrigerante ou água gelada porque eles não tem freezer!

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7 – Mais de 60% da população é indígena

Dentre os países da América do Sul, a Bolívia é o que possui o maior percentual de indígenas, chegando a 62,2% de sua população, conforme dados da ONU. A consequência disso pode ser um forte choque cultural, já que muitos costumes dos bolivianos ainda estão apoiados em crenças antigas.

Uma das características mais fortes desse legado está na comunicação. Além do espanhol, mais de dez idiomas indígenas são aceitos como oficiais, com destaque para o quêchua, o aimará e o guaraní, que em determinadas regiões são mais utilizados que o castelhano.

8 – A justiça comunitária é legal

Há alguns anos, a Bolívia foi centro de uma grande polêmica, ao aprovar, no Congresso, que as comunidades indígenas tem total autonomia para administrar a Justiça conforme seus costumes. Para muitos, essa foi a legalização dos linchamentos, mas uma coisa não tem relação com a outra.

Diversos fatores complexos contribuíram para uma civilização como os incas se tornarem a maior da América do Sul, entre eles um sistema de Justiça, que prevê um julgamento justo do acusado.

Em algumas regiões, como El Alto, próximo de La Paz, ou nos bairros campesinos de Cochabamba, Sucre e Tarija, é normal ver bonecos pendurados, pelo pescoço, e amarrado em postes. Ou até frases puxadas avisando que ladrões serão duramente punidos pela comunidade ao cometerem um crime naquela área.

9 – A Bolívia é um país seguro

Em comparação com os demais países da América do Sul, a Bolívia é um país seguro. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) a taxa de homicídios é de 14.1 para cada 100 mil habitantes. No Brasil, essa taxa é de 31.5, mais que o dobro!

É preciso ficar atento, principalmente, aos pequenos furtos, que costumam acontecer em lugares muito movimentados, como nos mercados e feiras públicas.

10 – Os bolivianos são mais fechados

Entre todos os povos da América do Sul, os bolivianos estão entre os mais fechados. Muita gente os considera antipáticos, mas o caso é que são muito transparentes com seus sentimentos. Quando você ganha a confiança de um boliviano, ele passa a tratá-lo como um membro da família.

E se gostou das nossas dicas, não deixe de conhecer nosso Guia do Mochileiro Aventureiro – Cusco e Machu Picchu 2019.

Henrique Lammel

Jornalista e produtor de conteúdo

8 thoughts on “Passaporte, taxas, vacina – O que saber antes de viajar para Bolívia

  • agosto 27, 2022 em 11:38 am
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    Ola, atualizanfo agora Agosto 2022
    Nao vi assuntos sobre dicumentaçao jurada,como é feito em outros países , vizinhos ,

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    • setembro 6, 2022 em 6:18 pm
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      A ideia é atravessar a fronteira de carro? Porque aí sim precisa de uma documentação específica, caso contrário, brasileiros podem viajar pelo país só com RG. Essa autorização para entrar de carro deve ser solicitada na aduana, no posto de fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Mas nem todos os postos de fronteira tem esse documento, então é bom dar uma pesquisada antes 😉

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  • fevereiro 5, 2022 em 12:46 am
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    Sou residente no Brasil tenho RNE permanente desde 1986 posso viajar pra Bolívia ?

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    • fevereiro 9, 2022 em 9:50 am
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      Pode sim João, mas te assegura que o documento não esteja muito antigo, que esteja em bom estado e você seja reconhecível na foto

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  • janeiro 10, 2021 em 4:36 pm
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    Olá ,por favor gostaria de saber quais requisitos para estrangeiros que residam no Brasil, tem apenas o RNE/CPF. Qual procedimento a ser tomado para que possamos ingressar a Bolívia?
    Já busquei tanto e não encontro .. o máximo que achei é: RNE não é documento para viagem ..sim já sei.mas há alguma restrição? Ou só o visto e ou passaporte é válido?

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    • janeiro 11, 2021 em 5:18 pm
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      No caso da Bolívia, não tem como entrar com RNE mesmo, a única forma é com passaporte! Lembrando que se for passaporte brasileiro, não pagas taxas nem precisa de visto, é só apresentá-lo. Caso for de outro país, precisa dar uma checada no que precisa

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  • dezembro 19, 2018 em 3:08 pm
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    Olá Henrique!

    Primeiramente, parabéns pelo seu blog! Consegui muitas informações preciosas por aqui.
    Estou indo para a Bolívia próximo dia 29/12/2018 e fiquei surpresa com essa informação sobre a vacina contra o sarampo.
    Vou chegar de avião por La Paz e gostaria de saber se você tem notícias se essa exigência está sendo feita em qualquer situação de ingresso no país ou somente na cidade de fronteira com o Brasil. Li a matéria e não achei a informação muito clara.

    Agradeço desde já!

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    • dezembro 19, 2018 em 8:22 pm
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      Oi Camila. A vacina para o sarampo é necessária apenas para quem atravessa a fronteira por terra, por alguma cidade do norte.

      No seu caso, é preciso ter feito apenas a vacina contra febre amarela e ter o certificado de vacinação 😉

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