9 formas de levar dinheiro em uma viagem para o exterior

A verdade é que não existe o melhor modo de levar dinheiro para uma viagem fora do Brasil. Todos os métodos possuem vantagens e desvantagens. Ideal mesmo, é que tenhamos tanto dinheiro em espécie quanto um cartão de débito e crédito.

Ao ler o artigo, importante destacar que as regras de cobrança, taxação de câmbio e impostos como o IOF vivem mudando aqui no Brasil, ou seja, o que valeu para sua viagem ano passado, pode não valer mais para este! De nossa parte, tentamos deixar esse artigo sempre atualizado, indicando as mudanças mais recentes! Na nossa última revisão, por exemplo, incluímos um novo método de pagamento: as criptomoedas!

Também trazemos alternativas como o Western Union e o Wise, que podem ser mais vantajosas que as formas tradicionais. É sobre isso que vamos falar agora. Boa leitura!

 

1. Em espécie (dinheiro vivo)

Vantagens: Dinheiro vivo é aceito em qualquer lugar, mesmo naquelas pequenas cidades com pouca infraestrutura ou serviços que não costumam receber pagamentos em cartão, como taxis.

Ter a “grana na mão” também é uma boa forma de acompanhar e controlar os gastos que você está tendo – o que acaba sendo super útil em uma viagem! Na hora de fazer o câmbio, você paga 1.1% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e mais uma comissão para a corretora, que costuma ser bem mais justo que aquela cobrada pelos bancos.

Desvantagens: Andar com muito dinheiro é perigoso! Se tudo o que você tem está em cédulas e for roubado, sua viagem acabou. Ao utilizar essa forma de câmbio, também estamos mais sujeitos a falsificações na hora da troca e sujeitos a algumas restrições.

No caso do Brasil, por exemplo, é preciso declarar para a Receita Federal qualquer valor que passe pelas fronteiras, em espécie, acima dos R$ 10 mil. Os países de destino também costumam ter regras sobre declarar.

Levar dolares ou reais?

Essa é a principal dúvida de quem pretende levar dinheiro vivo para gastar em uma viagem. E o pior é que não existe resposta . Depende tanto do país que você vai visitar quanto do câmbio do momento.

Em geral, não vale a pena comprar dólar especialmente para uma viagem, se o país de destino não utiliza a moeda americana. Isso porque a tendência é de perder dinheiro ao fazer câmbio duas vezes – de real para dólar e de dólar para a moeda do país de destino. Atualmente, nas capitais dos principais países do mundo e nas cidades voltadas ao turismo, encontra-se casas fazendo câmbio por real com uma taxa justa.

Lembre-se que o real é uma moeda muito flutuante e, de uma semana para a outra, seu valor perante o dólar pode variar bastante. Você pode sair no prejuízo se comprar o dólar para a viagem e ele estiver em alta. O ideal seria comprar a moeda americana aos poucos e quando ela se encontra em baixa.

Ah, e se não for por euros ou dólares, jamais faça o câmbio aqui no Brasil. Fora essas moedas, você pagará taxas de câmbio absurdas para os corretores.

2. Cartão de Débito

Vantagens: Além de não precisar andar com todo o seu dinheiro, você sabe exatamente o quanto vai pagar de câmbio. Se comprar algo no dia 11, vai pagar o câmbio do dia 11. Em alguns países, como Argentina, sai mais barato pagar com um alojamento com cartão, pois o governo isenta os estabelecimentos do pagamento do IVA, um imposto que aumentava a diária em até 21%!

Os cartões também devem ser considerados no momento em que você chega no país estrangeiro. Casas de câmbio de aeroportos tem taxas de câmbio tão absurdas quanto as brasileiras e, fora o dólar e o euro, vale mais a pena sacar no caixa eletrônico e pagar as tarifas para os bancos.

Desvantagens: Nem todos os estabelecimentos aceitam cartão de débito. Em algumas cidades, nem mesmo caixa eletrônico existe! Além disso, você deixa 6,38% de IOF para o governo, para cada operação e, normalmente, altíssimas taxas para o banco brasileiro (em alguns países, a instituição estrangeira, dona do caixa no qual você fez o saque, também tarifa a operação).

Se você quiser saber mais sobre, confira nosso artigo sobre taxas cobradas para saque no exterior com cartão.

3. Cartão de Crédito

Vantagens: É mais seguro, de forma que você não precisa andar com todo o seu dinheiro – inclusive, pode não ter nenhum naquele momento, pois só vai pagar a conta no dia de vencimento da fatura. Da mesma forma que o cartão de débito, o seu uso garante algumas vantagens, como na Argentina, onde não se paga os 21% de IVA com esse método de pagamento.

Desvantagens: Nem todos os estabelecimentos aceitam cartão de crédito. Não se sabe qual câmbio vai pagar, pois será utilizada a taxa do dia da emissão da fatura. Lembre-se que o real é uma moeda muito instável e não é raro que o valor do dólar varie mais de 0,30 em um mês! Esse tipo de cobrança, entretanto, está com os dias contados.

O Banco Central afirmou que vai incentivar as bandeiras a usarem a taxa, no cartão de crédito, do dia da compra, permitindo ao consumidor mais controle sobre suas contas. Inclusive, se comprometeu em transformar como regra, mas não apontou uma data para essa regulação acontecer. Salvo exceções pontuais, segue valendo o cambio do dia de pagamento da fatura.

Lembre-se também que, em algumas cidades, nem mesmo caixa eletrônico existe! Você deixa 6,38% de IOF para o governo, para cada operação e, normalmente, altíssimas taxas para o banco brasileiro (em alguns países, a instituição estrangeira, dona do caixa no qual você fez o saque, também tarifa).

Outra desvantagem é que, dependendo do país e da categoria do seu cartão, você pode ficar sem muita assessoria em caso de algum imprevisto. Em caso de furto, pode ser difícil conseguir outro sem voltar para o seu país de origem. O mesmo vale para o bloqueio do cartão, quando digitamos a senha errada três vezes. Se a senha for bloqueada no exterior, você praticamente inutilizou-o até sua volta ao Brasil.

4. Wise

Vantagens: Você paga entre 0,38% a 1,1% de IOF, dependendo se você está enviando ou recebendo o dinheiro, pois o imposto incide sobre transferência internacional e não operação financeira no exterior, como é o caso dos cartões. A taxa de câmbio também costuma ser melhor que a cobrada pelos bancos (você pode conferir o valor real de câmbio cobrado por cada instituição no ranking do Banco Central). Não se paga nenhuma taxa para o Wise (clique aqui e abra uma conta gratuita), apenas comissão. Também não é cobrado nada para abrir uma conta, o que pode ser feito pela internet, clicando aqui.

Desvantagens: É preciso sacar uma grande quantidade de dinheiro para valer a pena utilizar essas modalidades, o que acaba não sendo muito seguro. Financeiramente é a melhor opção, mas só funciona se você tiver uma conta para receber o montante no país que está visitando. E nem sempre temos um familiar ou amigo de confiança para receber.

5. Western Union

Vantagens: Você paga apenas 1,1% de IOF no Western Union, pois paga imposto sobre transferência internacional e não operação financeira no exterior, como é o caso dos cartões. A taxa de câmbio também costuma ser melhor que a cobrada pelos bancos. No caso do Wise, nem mesmo taxa se paga.

Desvantagens: É preciso sacar uma grande quantidade de dinheiro para valer a pena utilizar essas modalidades, o que acaba não sendo muito seguro. As taxas variam conforme o montante, a localidade do envio e do recebimento dos valores.

Veja nosso comparativo entre o Western Union e Wise

6. Travel Card/Cartão pré-pago

Vantagens: Dependendo da forma como solicitar seu cartão, não é preciso ter uma conta em banco e ficar pagando taxas de manutenção para ter aceso ao cartão pré-pago. Ainda é uma boa forma de você controlar os seus gastos, sem contar que não precisa sair com todo seu dinheiro por aí.

Você sabe qual a taxa de câmbio que vai ser cobrada, mas fique atento. Algumas empresas fazem a conversão para dólar ou euro no momento em que o cartão é carregado e com isso você paga o câmbio desse dia. Outras, convertem no dia da compra ou operação feita com o travel card. Hoje, além dos bancos, existem diversas empresas que oferecem esse serviço, como Alelo e o Acesso Card.

Desvantagens: Nem todos os estabelecimentos aceitam cartão de débito. Em algumas cidades, nem mesmo caixa eletrônico existe! Você deixa 6,38% de IOF para o governo, para cada operação e, normalmente, altíssimas taxas para o banco brasileiro (em alguns países, a instituição estrangeira, dona do caixa no qual você fez o saque, também tarifa).

7. Transferência bancária

Vantagens: Se a transferência for feita entre pessoas físicas, você paga apenas 0,38% de IOF.

Desvatagens: A transferência bancária internacional, a partir de um banco do Brasil, acaba não sendo viável por causa das taxas absurdas que os bancos costumam cobrar e podem chegar em até 20% do montante que você quer enviar. Você  precisa ter uma conta no exterior em seu nome ou transferir para alguém de sua confiança.

8. Cheque viagem

Vantagens: Essa já foi a maneira mais utilizada para levar dinheiro em uma viagem depois da moeda em espécie. Com o surgimento do cartão, praticamente desapareceu, mas ainda é aceito em grandes corretoras, casas de câmbio e redes de hotéis. É totalmente a prova de roubos: em caso de extravio, basta avisar a empresa emissora para substituí-lo.

Desvantagens: Os custos de utilizar esse meio são altíssimo hoje em dia. Um dos motivos é que você paga por ele duas vezes: na hora de comprar talão de cheques em uma casa de câmbio e na hora de utilizá-lo (cobrança de 1%).

9. BitCoins e outras criptomoedas 

Vantagens: Dependendo da rede utilizada, transferências com criptomoedas são feitas com taxas que custam frações de centavos e são imediatas. A blockchain é um dos métodos mais seguros para realizar transferências, pois são autenticadas por redes independentes. 

Desvantagens: Para utilizar a rede, é preciso ter acesso a internet, sendo que muitas regiões do mundo ainda não possuem uma rede online. Em razão de sua baixa capitalização, o preço das moedas ainda variam muito, dificultando a previsibilidade de custos.

Saiba mais sobre usar criptomoedas e BitCoin para viajar

Conclusão

Não existe a forma perfeita de levar dinheiro para o exterior. O melhor é combinar os diversos meio que temos disponíveis e usá-los no momento certo. Por exemplo: no aeroporto, sacar o limite de dinheiro por operação no cartão vai valer mais a pena do que trocar em espécie!

Cabe destacar que a Wise se apresenta como um dos melhores métodos em razão das baixas taxas e do câmbio em valores mais justos. Mas, para utilizá-la, você precisa de uma conta no exterior, como explicamos nesse aritgo!

Henrique Lammel

Jornalista e produtor de conteúdo

9 thoughts on “9 formas de levar dinheiro em uma viagem para o exterior

  • maio 1, 2020 em 1:50 pm
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    Estou planejando viajem para a Tailândia ano que vem, mas nunca viajei fora do brasil e tenho dúvidas de como levar o dinheiro para uso lá.

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  • março 24, 2019 em 3:28 pm
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    Olá, estou indo para a Colombia no início de abril e gostaria de saber qual a melhor alternativa. Ou seria essa mesma de mesclar as opções?

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    • março 24, 2019 em 7:38 pm
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      O melhor é mesclar. Em questões financeiras, a solução mais vantajosa seria dinheiro em espécie, mas é muito arriscado: se te roubarem, acabou a viagem :/

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  • novembro 26, 2018 em 10:34 pm
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    Gostei muito do seu post, vou acompanhar o seu blog/site.
    Este tipo de conteúdo tem me ajudado muito no desenvolvimento pessoal.
    Obrigado
    Manuela Silva

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  • setembro 9, 2018 em 8:39 pm
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    Parabéns pela matéria! Muito esclarecedora, passei por alguns stresses por não saber de algumas coisas ditas aqui, como o bloqueio da senha na 3 tentativa (não avisa nada no caixa) e até mesmo a cobrança de taxas duplicadas ao sacar do caixa (sim, tanto no Chile quanto na Argentina a taxa local é informada na hora de realizar a operação). Obrigada!

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